9 - DESPERTANDO A CURIOSIDADE DE ALUNOS E ALGUNS PROFESSORES COM O CADERNO QUE EU SEMPRE ESCREVIA...

                 Estou agora ainda em maio, em um sábado contando sobre mais coisas que marcaram minha vida de adolescente de quinze anos apaixonadíssimo... Nesta semana a professora Miriam de Língua Portuguesa me mandou buscar o apagador na turma 7a 2a. Eu demorei um pouco para trazê-lo e quando entrei na sala uma aluna chamada Sílvia estava lendo meu caderno onde eu escrevia esta história. E a Jucelei um caderno de pensamentos onde escrevi um sobre a Vanessa. Foi o Carlos que os tirou da minha mala. Eu falei com a professora para a Jucelei me entregar e ela acabou me entregando. E a professora pegou da Sílvia o caderno. Pediu para levá-lo para ler em casa e eu deixei. Gostava daquela professora, assim como do Professor Mauro de Educação Física. No dia seguinte ela me devolveu e disse que corrigiria os erros de Português se eu quisesse publicar. Eu não quis porque não vou ser compreendido (pensei na ocasião), não somos namorados eu e ela, não queria que os outros soubessem e essa história não tinha terminado. Cada vez que acontecia alguma coisa interessante eu escrevia.

                Lembrei que na sexta-feira, ontem, estava no laboratório em uma aula de Ciências. A professora estava na frente, na mesa, e eu comecei a falar com o Carlos sobre o caderno. A professora perguntou qual era o caderno e eu respondi que era o que estava com a Adelaide (ela o tinha emprestado para ler). A professora quis lê-lo e eu pedi o caderno para a Adelaide meio assustado. O Rui disse que eu ia pegá-lo e não ia mostrá-lo para a professora. Eu a deixei ver uma parte onde não falava no nome da minha amada. O Rui disse que era um romance sobre a Vanessa. Eu falei que não era não, que ele estava inventando. Depois no fim da aula dei o caderno para a Adelaide, uma colega de sala legal que me emprestou um livro dela para eu ler, era uma história de terror chamada A Maldição das Múmias. E a professora disse meio brincando que eu confiava na professora de Português, confiava na Adelaide e não confiava na professora de Ciências. Mas eu resolvi entregá-lo na segunda-feira, pois queria terminar de escrever uma parte. Alguns alunos disseram a ela que a professora Miriam queria que eu publicasse. O Carlos e o Daniel disseram que eu poderia mostrar o caderno que a professora não iria contar. A Deliana também levou este caderno para casa e viu inclusive os pensamentos e as poesias. E agora neste dia de Maio a Adelaide o entregou para mim. 

                   Nesta mesma semana o Luiz Fernando da minha sala leu um pouco desta história na sala de Técnicas Comerciais. No recreio de terça-feira eu disse para ele que era aquela de blusa marrom perto do mastro me referindo à minha amada Vanessa. Quando estávamos na aula de Educação Física ela estava em frente da Orientação Educacional e ela me falou que ela estava lá. Eu a fiquei observando.

                    Em um outro dia desses ela, a Izabel e a Margarete estavam no mastro e eu com o Daniel estávamos perto da escada. Elas ficaram me olhando, principalmente a Vanessa. Eu perguntei ao meu amigo e ele respondeu que estavam me observando. Eu as olhei também.